Material enviado pelo nosso leitor José Dimas Sequeira, ao qual muito agradecemos a simpatia... e o trabalho! Amanhã, voltaremos a António Aleixo.
Aqui vai em anexo o meu contributo fotográfico, obtido em 17.03.2017, na Praça da República, em Loulé. Tal como a estátua de Fernando Pessoa à mesa de café, no Chiado, esta estátua de António Aleixo também está à mesa de um café, na esplanada do Café Calcinha, que o poeta frequentou na fase final da sua vida. A mesa e a cadeira são réplicas daquelas onde ele costumava estar e foram cedidas pelo café para complementar a estátua, da autoria de Lagoa Henriques (tal como a de Fernando Pessoa, exibida no nosso primeiro post dedicado a esculturas alusivas a poetas), inaugurada em 28.03.1996. Tendo nascido em Vila Real de Santo António, em 18.02.1899, António Aleixo teve uma vida difícil, por vezes roçando a miséria, tendo sido tecelão, polícia, servente de pedreiro (quando esteve emigrado em França) e, de retorno a Portugal, fixou-se em Loulé, onde era cauteleiro. As suas quadras foram divulgadas a partir daí, por iniciativa de admiradores seus, já que o poeta não estava para aí virado. A tuberculose, que já ceifara a vida duma filha sua, também o atingiu, obrigando-o a passar temporadas em Coimbra para tratamento, tendo aí granjeado admiradores como Miguel Torga e Tóssan, tendo este último contribuído para a recolha e divulgação das suas célebres quadras, para além de apoio financeiro nas horas difíceis do poeta. A doença acabaria por vitimá-lo aos 50 anos, em 16.11.1949, em Loulé, terra que sempre o considerou como filho adoptivo.
Eu já não sei o que faça,
P'ra juntar algum dinheiro;
Se eu vendesse a desgraça,
Já hoje eu era um banqueiro!
Eu já não sei o que faça,
P'ra juntar algum dinheiro;
Se eu vendesse a desgraça,
Já hoje eu era um banqueiro!
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