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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

[0053] Vasco Cabral e a poesia guineense

Político e poeta nascido em Farim em 1926 e faleceu em 2005 em Bissau. Militante do Partido Comunista Português nos anos 50, quando viveu em Portugal, foi um dos fundadores do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde. Activista do MUD (Movimento de Unidade Democrática), esteve preso pela PIDE em 1953 devido à sua participação no apoio à candidatura de Norton de Matos à Presidência da República portuguesa. Depois da independência da Guiné-Bissau foi ministro guineense da Economia e das Finanças, depois Ministro da Justiça e vice-Presidente do seu país. Autor de "A Luta é a minha Primavera". Influenciado pelo neo-realismo português, com ele e Amílcar Cabral inicia-se um ciclo poético que desagua no movimento "Mantenhas por quem luta" já referido neste portal.  


ONDE ESTÁ A POESIA?

A poesia está nas asas da aurora
quando o sol desperta.
A poesia está na flor
quando a pétala se abre
às lágrimas do orvalho.

A poesia está no mar
quando a onda avança
e branda e suavemente
beija a areia da praia.

A poesia está no rosto da mãe
quando na dor do parto
a criança nasce.

A poesia está nos teus lábios
quando confiante
sorris à vida.

A poesia está na prisão
quando o condenado à morte
dá uma vida à liberdade.

A poesia está na vitória
quando a luta avança e triunfa
e chega a Primavera.

A poesia está no meu povo
quando transforma o sangue derramado
em balas e flores
em balas para o inimigo
e em flores para as crianças.

A poesia está na vida
porque a vida é luta!


A LUTA

A luta
É a minha
Primavera
Sinfonia de vida
O grito estridente dos rios
A gargalhada das fontes
O cantar das pedras
E das rochas
O suor das estrelas
A linha harmoniosa dum cisne!