Vejo-te novamente na claridade de estio
Tão suavemente, tão novamente na idade
Do primeiro beijo que te vejo continuadamente
Na atordoada mente do primeiro amado,
Na toada ausente do amor calado
Hoje renovado, que consente, enquanto sente,
O ardor da flor, o amor presente
No primeiro beijo.
Materializo-te entre véus e veludo
Enquanto visualizo entre os céus o tudo
Que já me ofertaste quando despertaste
Na alma do amante mudo
Os horizontes abertos, certos sobretudo
Até hoje, quando o jovem regeneraste
Que te cingiu no primeiro abraço,
Que repousou a dor no teu regaço
Durante o primeiro abraço.
Reencontro-te à janela, ora mais bela
Que a figura singela que vela
Desde dias incontáveis meus sonhos de rei.
Que vela insondáveis, tristonhos, eu sei,
Todos os momentos, que aparte os tormentos
Que acompanham o afastamento;
Do reencontro renasce, tão mais bela
Porque mais perene a iluminura
Que segura perpetua entre minha mão e a tua
O doce êxtase do primeiro encontro.
O êxtase festivo da alegria pura
Do primeiro encontro.
Que maravilha de poema. Só um sábio-poeta poderia escrever algo com essa profundidade e com clareza de sentimentos .
ResponderEliminarCaro desconhecido,
EliminarAgradecemos a simpatia do comentário, mas pedimos-lhe que para a próxima vez se identifique.
Um abraço,
JS
Belo poema que convoca o amor sempre distante mesmo quando está próximo. Alguns versos fizeram-me lembrar a lírica camoniana: "que consente, enquanto sente/
ResponderEliminarO ardor da flor, o amor presente"
Depois de ler este poema, escrevi:
ResponderEliminarÀs vezes,
num certo instante,
num verso perdido,
num poema esquecido
no bolso das calças
ou naquela memória errante
que encontramos outra vez
numa rua da infância,
vem até mim a presença do amor distante.
Meto a mão no queixo
e penso depois o quanto há nesta ideia de redundante,
porque o amor e a distância são causa e efeito,
e haverá uma ordem e haverá um proveito.
Mas que importância terá a ciência disto,
quando lemos os versos que fez Luiz Vaz a Dona Violante?
Caro Luís:
EliminarAgradeço por suas palavras. Nunca imaginaria eu que meus versos pudessem inspirar outros versos, o que me deixa emocionado. Ainda mais quando percebo que consegui traduzir em palavras sentimentos vindos do âmago da alma.
Juergen H. Maar
Como os poemas nunca estão acabados: http://arvorecomvoz.blogspot.com/2021/03/amor-distante.html
ResponderEliminarExcelente troca de palavras e de poemas - que também são coisas de palavras.
ResponderEliminarGrande abraço para ambos,
JS