De António Manuel Pires Cabral vieram alvíssaras no “sapatinho”: uma receita para o post-Natal. “Ibn Mucana” bate palmas.
BOAS NOTÍCIAS
Boas notícias. Cientistas estão em vias
de sintetizar o princípio de natal,
criar uma espécie de reforço vitamínico
para a bonomia sazonal.
A droga actua sobre os centros nervosos
onde se crê que reside a aptidão
para gerar ódio, malquerença e egoísmo,
e faz de cada homem um irmão.
Tem um contra: só actua em dezembro.
No resto do ano é inócua, não alcança.
Mas talvez seja melhor assim:
que diabo, ser sempre bonzinho também cansa.
De futuro, um mês antes, já se podem ingerir
pílulas de natal após as refeições,
de forma que,quando o dito por fim chegue,
estejam repletos de natal os corações.
Quer dizer: está ao nosso alcance
interagir pela química com o calendário.
Passarmos a tratar o espírito do natal
como se fosse uma gripe ao contrário.
Muitos torcem o nariz e dizem
que a droga é no fundo uma espécie de vacina
- e nada mais do que isso -
contra o medo de ver o fundo da latrina.
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