Valdemar Valentino Velhinho Rodrigues nasceu em 1961 na Calheta de São Miguel, ilha de Santiago, Cabo Verde.
Editor do jornal cultural “Artiletra”, o único deste tipo existente naquele país. É um dos vultos da actual poesia cabo-verdiana. De linguagem rebuscada, com metáforas insólitas e surreais marcadas pela ironia, sobretudo debruça-se por uma temática metafísica. Caracterizado por só falar e crioulo, Valentinous Velhinho só escreve em português.
Editor do jornal cultural “Artiletra”, o único deste tipo existente naquele país. É um dos vultos da actual poesia cabo-verdiana. De linguagem rebuscada, com metáforas insólitas e surreais marcadas pela ironia, sobretudo debruça-se por uma temática metafísica. Caracterizado por só falar e crioulo, Valentinous Velhinho só escreve em português.
LIBERDADE
Porque teremos de soltar
O último sopro?
Porque não tem o último sopro
Liberdade bastante de se soltar?
MÁSCARAS
De que fingimos
Não se dão conta
As máscaras
Para coisas maiores
foram feitas.
E SÓ NESSE DIA OUTRO BORGES NÃO SERÁS
Nos teus deslumbrados olhos um tigre inteiramente doirado
E outro inteiramente preto disputam os anjos
De Blake. Frios, esperam os espelhos que acordes
Para que te nomeiem. Já não sabe o labirinto
Nem o sul e as pampas ou o degolado templo
De Dagon o sabem – do antigo e secreto caminho
Que a teus olhos de volta conduz. A mão dita-te
O epitáfio e lê-te a rosa o esquecimento qu’inda luz.
O caixão, que por Genebra ninguém viu passar, cru
Leva-o Muraña e, reconciliados, os irmãos Iberra
Um dia, quando do teu sono acordares, Georgie,
Banhado em êxtase e tango, terás defronte de ti, sob a Lua
Um infame, um vil, a limpar-te na glande o resto do sémen
Com uma navalha que a não mais nenhuma mão obedecerá.
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