terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
[0568] Adão Contreiras, um triturador de imagens
Nascido em Lagos em 1944, professor, artista plástico e poeta
PALAVRAS HIBERNADAS E EM CONTRA LUZ
Manhã a manhã quente que devora os homens na superfície dos nomes
Voz a voz que escreve nas ardósias o pulsar dos corações
Elástico o elástico matinal onde o luar se esconde
Claustros as abóbadas de ferro onde o som se torna denso
Realidade a descrita realidade como uma pulga saltando do berço
Objecto o objecto que não existe no lume de alguns diamantes
Sombra a sombra das palavras negras inconstantes sem farmácias por perto
Sonora a sonora manhã encostada às espigas dos homens com forquilhas /penteando os azedumes da palha
SEM TÍTULO
No grave socalco
embandeiram as nobres flores
entre o ser e o seu nó côncavo
o amarelo limão oscila
adormecido na tristeza oca
embutido de raízes
velhas âncoras
o sólido degrau cai
as pequenas hastes velejam
cântico balançado
loucura gracejando ao vento
de nervosa angústia de água
calculo a verdade do tempo limão
que me leva da raiz à flor
na aziaga nudez do fortuito amarelo
brinda a culminância das núpcias
o dorso da inquieta penetração da luz
o lume, o incêndio moço da vegetação
debruando a orla das muitas pegadas
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