Mário Pinto de Andrade nasceu no Golungo Alto em 1928 e faleceu em
Londres em 1990. Escritor, sociólogo, político, ensaísta e poeta, foi fundador
e primeiro Presidente do MPLA. Depois de estudos secundários em Luanda, foi
para Portugal frequentar a Universidade, relacionando-se então com Agostinho
Neto, Amílcar Cabral e Francisco José Tenreiro, tendo com eles criado, em 1951,
o Centro de Estudos Africanos. Integrou a Casa dos Estudantes do Império, em
Lisboa, identificando-se com as correntes independentistas. Considerado, pelo
salazarismo, um nacionalista perigoso, teve que se refugiar em Paris, onde
conviveu com Leopold Senghor e Nelson Mandela. Foi chefe de redacção da revista
“Présence Africaine” (1957/58), participando nos 1º e 2º Congressos de
Escritores e Artistas Negros. Fundador do MPLA foi seu Presidente e depois
Secretário-Geral, coordenando a Conferência das Organizações
Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP). Em 1974, assumiu a direcção da
“Revolta Activa”, facção do MPLA que se opunha à ditadura de Agostinho Neto e
defendia a democratização em Angola. Após a tentativa de golpe de Estado por
Nito Alves e para escapar à repressão netista, refugiou-se na Guiné-Bissau e,
posteriormente, em Cabo Verde.
CANÇÃO DE SABALU
Nosso filho
Mandaram-no p’ra S. Tomé
Não tinha documentos
Aiué!
Mandaram-no p’ra S. Tomé
Não tinha documentos
Aiué!
Nosso filho chorou
Mamã enloqueceu
Aiué!
Mandaram-no p’ra S. Tomé
Mamã enloqueceu
Aiué!
Mandaram-no p’ra S. Tomé
Nosso filho já partiu
Partiu no porão deles
Aiué
Mandaram-no p’ra S.Tomé
Partiu no porão deles
Aiué
Mandaram-no p’ra S.Tomé
Cortaram-lhe os cabelos
Não puderam amarrá-lo
Aiué!
Mandaram-no p’ra S.Tomé
Não puderam amarrá-lo
Aiué!
Mandaram-no p’ra S.Tomé
Nosso filho está a pensar
Na sua terra, na sua casa
Mandaram-no trabalhar
Estão a mirá-lo, a mirá-lo
Na sua terra, na sua casa
Mandaram-no trabalhar
Estão a mirá-lo, a mirá-lo
Mamã, ele há-de voltar
Ah! A nossa sorte há-de virar
Aiué!
Mandaram-no p’ra S.Tomé
Ah! A nossa sorte há-de virar
Aiué!
Mandaram-no p’ra S.Tomé
Nosso filho não voltou
A morte levou-o
Aiué!
Mandaram-no pr’ra S. Tomé
A morte levou-o
Aiué!
Mandaram-no pr’ra S. Tomé
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