Vejo-te novamente na claridade de estio
Tão suavemente, tão novamente na idade
Do primeiro beijo que te vejo continuadamente
Na atordoada mente do primeiro amado,
Na toada ausente do amor calado
Hoje renovado, que consente, enquanto sente,
O ardor da flor, o amor presente
No primeiro beijo.
Materializo-te entre véus e veludo
Enquanto visualizo entre os céus o tudo
Que já me ofertaste quando despertaste
Na alma do amante mudo
Os horizontes abertos, certos sobretudo
Até hoje, quando o jovem regeneraste
Que te cingiu no primeiro abraço,
Que repousou a dor no teu regaço
Durante o primeiro abraço.
Reencontro-te à janela, ora mais bela
Que a figura singela que vela
Desde dias incontáveis meus sonhos de rei.
Que vela insondáveis, tristonhos, eu sei,
Todos os momentos, que aparte os tormentos
Que acompanham o afastamento;
Do reencontro renasce, tão mais bela
Porque mais perene a iluminura
Que segura perpetua entre minha mão e a tua
O doce êxtase do primeiro encontro.
O êxtase festivo da alegria pura
Do primeiro encontro.