terça-feira, 20 de outubro de 2020

[0716] De Cascavel, Brasil, Tere Tavares revisita-nos com mais dois poemas/prosa


Moça com brinco de pérola. Em meio à escuridão os

lenços atados à cabeça envolvem tua ternura talvez o

teu receio. Creio ao ver a verdade límpida colorindo os

teus olhos [oleira da joia que te evidencia o rosto] que

nasceste para eternizar a beleza.


"Rapariga com brinco de perola" - Johannes Vermeer, c. 1665


Os livros devem ser partilhados para que não se tornem um

anel fatal numa única mão. Os poemas são delírios que

acendem retalhos para a alma. A palavra se redimensiona, se

reafirma quando a emitimos e pode ganhar qualquer outro

sentido, a metáfora inversa. Mas isso é do outro. Não de

quem escreve. A expressão prescinde das explicações.

Somente existe e acontece a partir da magia artística da

enormidade chamada Literatura.


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