segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

[0481] Sérgio Ninguém, o amor à poesia


Pseudónimo de Sérgio Teixeira, nasceu na Maia em 1976. Poeta, desenhador, editor, tradutor, dirige a editora “Eufeme” e o blogue “Vestígios de Poesia”


LOUCURA VERDE

o verde está sempre fora
jamais permitiria o verde no interior
(assim o tema será sempre relativo
e nunca ninguém saberá do que escrevo)
permaneço no canto onde o verde repousa
por vezes levanta-se, rodopia e atravessa a sala,
numa dureza quase imóvel. Assim
posso contemplar e verificar o que ficou dentro.
Verde, duro, pedra.
A loucura por vezes é verde.


SEM TÍTULO

encher a cabeça de sementes
e à noite escrever;
pestanejar enquanto o mosquito passa
e avançar pelas grades, quando
a inspiração foge do negrume quando
a vela se apaga e o reflexo esfuma.


PRELÚDIO

vestida para ser amada, Eu Eufeme
direi metáforas e outras figuras
com estilo e sem estilo –
porque sim e porque não –
com a sintaxe complexa
ou simples, como eu quiser!
Gosto de ver poesia
a pingar devagar…
pelos olhos dos leitores,
provocada pelo suave veneno,
aqui imposto e proferido…

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