Pintor e poeta cabo-verdiano, Tchalé
Figueira dá-nos a honra de revisitar este portal. Nascido em Mindelo,
ilha de S. Vicente, em 1953, vive actualmente na cidade da Praia.
LANTERNAS DO MUNDO
Fogo bélico, olhos amedrontados
Verbos armadilhados com falácias,
Sincronizados, em gestos patéticos
Manipulados, hipnotizados vão a guerra,
Eu não !
Eu quero música
Num piano que espalha
Hinos a Alegria....
Mas!...
Mesquitas, igrejas e sinagogas ardendo...
Uma senhora perguntando por Deus, alguém
Grita que Deus morreu, é urgente o amor...
Mães do mundo
Seus pesadelos,
Filhos mortos,
Túmulos silenciosos
Necrópoles...
"Viva la muerte"!
Uiva a hiena...
Mas,
No coração
Dos poetas,
Há esperança...
Em versos cantam :
Somos as lanternas do
MUNDO.
NO TANQUE DA MINHA ALDEIA
Tanque de água
Onde reflete
Nas noites estreladas
O céu
Luzes do universo
Tanque onde cabe
Em reflexo meu rosto
Espelho de água
Da minha aldeia
Meu reflexo
Enfeitado de
Estrelas
Tantas perguntas
E nada sei
O POETA SUGERE
Num promontório,
Com a brisa que
Vem do mar
Abre os pulmões e respira,
Se és religioso, reza,
Se não és,
Contempla...
Se a chuva cair
Dança,
Tudo é
Harmonia
Em ti...
Quando a chuva
Calar e os pássaros
Cantarem,
Continua dançando...
Com o coração
Pulsando
Deita-te no chão...
A noite abre
Grilos e cigarras
Cantam,
Contempla a magia
Do universo
Com o seu véu de
Infindas galáxias
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