O SILÊNCIO DA PALAVRA
Como é bom abrir a janela todos os dias
Dar com um céu azul o sol brilhando
A lua pálida vagueando pelo céu
E o mar mirando-te incrivelmente belo
Como construir o poema sem recorrer ao mar
À lua ao céu de um azul tão fascinante e ao
Sol dentro da tua mão?
E onde entra o amor?
Li que ele vai entrando devagar tão suave
Como beijos ao luar até encontrar abrigo onde o anseiam
Vi Julieta vagueando por um campo de rosas bravas
E que procuraria Julieta tão longe de Verona?
Ou estaria eu em Verona procurando Julieta?
Ou será que foi sonho?
Não há vingança que faça esquecer o amor de Julieta
Nem as rosas bravas que colhia para o seu amado
Nos olhos de Julieta vi os olhos de seu amor
Assim se olham os apaixonados
Os olhares entram um no outro e tudo
Se resume a esse olhar
Como terminar o poema?
Vou pedir a Julieta que me dê uma rosa brava
Ou serei eu a própria rosa brava para que o
Poema seja o silêncio da palavra
Carlota de Barros
17 de Agosto de 2022
E AMANHECE...
A noite cresce silenciosa
E nada acontece
Oiço o tic tac dos relógios
No silêncio das paredes da sala
E serena aceito que as horas passem
Desejo a manhã as aves as flores
O vento a luz a ternura da brisa
Clamo pela doçura dos brilhos da manhã
Rente ao fulgor à vibração das árvores
Com o coração sereno
Sonho com a alegria da casa
Rente ao brilho à vibração do sol
À carícia do brilho da luz na pele
Crescem rumores alegres com a manhã
Pétalas de beijos abandonadas ao acaso
Deleitam os silêncios do amanhecer
E uma suave sensação de abandono cresce em mim
Enquanto o dia se acende como carícia desfolhada
Da luz morna do azul um afago nos meus olhos rosto e lábios
Enquanto entoo uma música lúcida suave vinda do sul
Como folhas pétalas riso beijos descendo pela colina nua
Memória do sonho do silêncio da carícia de um coração
Puro luminoso aceso num doce bom dia
E amanhece...
Carlota de Barros
Lisboa 7 de Agosto de 2022
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