sábado, 18 de setembro de 2021

[0744] Mais um belo poema (inédito) de Carlota de Barros


COMO É BELO O REINO DO SILÊNCIO

 

Como é belo o reino do silêncio

com o brilho da luz aloirando

cabelos encaracolados

o esplendor do sol

mergulhando em cachos doirados

no mar imenso

espalhando solenemente vida

sobre a nudez do denso areal

 

Penso na vida

nos anos que se foram

como a vivi

alma azul   tulipa rosa entreaberta

numa casa cheia de vozes macias   claras e vivas

num tempo de fulgor e tardes transparentes

 

De onde venho por onde andei...?

Venho das ilhas verdianas

onde o azul do mar profundo faz lembrar o mar de Creta

andei por terras com casas de madeira e zinco

e tantas outras de fachadas e jardins luxuosos

 

Ressurjo na luz do reino do silêncio

onde me recolho tantas vezes

de futuras tempestades em mares desconhecidos

minha vida é simples  meu riso sorriso alegre

é triste quando penso nos que morrem

com fome de um sonho de amor

 

Retorno ao reino do silêncio. Como é sereno!

O brilho da luz é branco como a luz dourada

do céu das nossas ilhas verdianas

penso na vida   no tempo que voou como o passar do vento

a minha pele enrugou-se   o meu cabelo embranqueceu  

mas meu riso sorriso ficou

no silêncio dos dias e das noites transparentes

 

Como é belo o reino do silêncio

silêncio azul que ilumina os dias que se vão

Minha vida é simples

creio no amor  no sonho  na poesia  na pureza do azul

amo o comum da terra

 

Anoiteceu...

ressurjo a pensar na vida

no tempo que se foi veloz

como a brisa fresca da Primavera

um gesto de ternura

a flor que dura uma noite

e penso feliz que o tempo voou

deixou marcas visíveis

mas quando eu morrer os meus poemas dirão

que meu riso sorriso foi sempre o mesmo

alegre   franco e leal

que a minha alma habitou jardins dos mais harmoniosos

e vivi para que o sonho   a poesia   o amor

a conquista de mim mesma   a purificação da minha energia

o respeito por mim elevassem a minha vibração

e purificassem as minhas energias

 

Ressurjo no reino do silêncio com o meu poema

tão límpido e sereno como a lua nova num céu azul

E o tempo voou célere pelos caminhos que fui...

 

Carlota de Barros          
Lisboa, 15 de Setembro, de 2021



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