José Manuel Couto Amor, poeta
luso-angolano nascido em 1946.
SEM TÍTULO
Pela encosta descendente regresso ao
quotidiano granítico das paixões e traições.
Trago uma nitidez matinal e directa,
para, finalmente, construir a festa
reinventada.
e não há jardim que me prenda
nem destino que me seja breve.
Até a minha própria face me é estranha e
longínqua!
Sob o silente olhar das buganvílias e
das brisas vagabundas, vindas do outro lado da /montanha
onde um mar desgarrado se perde no fim
dos longínquos horizontes da noite...
a tua imagem, a tua presença, a tua voz
são pesadelo
ou coisas inventadas?
A MINHA PÁTRIA É LÁ
Onde se cruzam todos os ciclos
A morte precede a vida
O amor está sempre disponível
Lá
Onde batucam tambores
Os altos fogos
Lambem as leitosas noites de cacimbo
E as mulheres
sempre grávidas
compartilham a mesma dor colectiva
e
numa permanente dissaquela de kazola
invocam espíritos no vento dos cazumbis
A minha pátria é lá
Onde a chuva cai no serpentear dos rios antigos.
Onde se cruzam todos os ciclos
A morte precede a vida
O amor está sempre disponível
Lá
Onde batucam tambores
Os altos fogos
Lambem as leitosas noites de cacimbo
E as mulheres
sempre grávidas
compartilham a mesma dor colectiva
e
numa permanente dissaquela de kazola
invocam espíritos no vento dos cazumbis
A minha pátria é lá
Onde a chuva cai no serpentear dos rios antigos.
MULHER COR DE MAR
Avelulada
Mulher azul
Prenha de luar
Nuvem inconsistente
Fugidia miragem
Insónia
Mágica
Ritual
Verão
Ilusão de amor
Prenha de luar
Nuvem inconsistente
Fugidia miragem
Insónia
Mágica
Ritual
Verão
Ilusão de amor
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